segunda-feira, 13 de setembro de 2010

metrolinguagem

não é que assim, logo de manhã
no caminho do dia
no ônibus que sacoleja
me invade esse papel ocre
moldado a canetas e lápis de cor

me surpreende essa ironia
de que nessa manhã tranquila
no corriqueiro trânsito do dia
a beleza se distancie de si
e ponha-se tão displicente
a falar da violência da própria beleza

talvez lhe sobrem espelhos
ou seja que seu reflexo no mundo
volte a ela como beleza alheia
pode ser que ela esqueça, por fim
que os sorrisos que lhe chegam, se belos
o são por que para ela são

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