sábado, 17 de março de 2012

marítima


o seu vestido branco branco branco como noite de lua pálido na pele escura os cabelos soltos subindo subindo caindo caindo para todos os lados preenchendo o vácuo da presença objeto sideral atraindo corpos no espaço espaço cheio de distâncias destas que se observam entre si e seguem sua órbita longe longe longe dos olhos esses seus olhos grandes que alcançam tudo tímidos de tanta curiosidade curiosidade desnudante que não pede permissão esses braços magros que onduleiam como o cabelo e movimentam todo o resto do corpo todo o resto do quarto todo o resto do mundo e eu me mareio sinto no ar sua maresia que me enferruja eu aço oxidado nos seus braços ponte condenada longe deles desabo desabo desabo é no mar profundo que eu caio no pulmão água nos olhos sal vou boiando tal qual mensagem em garrafa esperando um dia a margem margem cheia de névoa da manhã misturando as linhas a que prometemos vida e juramos de morte essas coisas que a gente só vê no escuro afinal são os sorrisos dados em prestações são as lágrima pagas a longo prazo

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